quarta-feira, 5 de março de 2014

PATATIVA DO ASSARÉ 105 ANOS


Foi em mil e novecentos
E nove que eu vim ao mundo,
Meus pais naqueles momentos
Tiveram prazer profundo,
Foi na Serra de Santana
Em uma pobre choupana
Humilde e modesto lar,
Foi ali onde eu nasci
E a cinco de março eu vi
Os raios da luz solar.

 Eu nasci ouvindo os cantos
Das aves de minha serra
E vendo os belos encantos
Que a mata bonita encerra
Foi ali que eu fui crescendo
Fui vendo e fui aprendendo
No livro da natureza
Onde Deus é mais visível
O coração mais sensível
E a vida tem mais pureza.

Sem poder fazer escolhas
De livro artificial
Estudei nas lindas folhas
Do meu livro natural
E, assim, longe da cidade
Lendo nessa faculdade
Que tem todos os sinais
Com esses estudos meus
Aprendi amar a Deus
Na vida dos animais.

Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
Eu vejo que Deus está
Por dentro daquilo tudo
Aquele pássaro amado
No seu gorgeio sagrado
Nunca uma nota falhou
Na sua canção amena
Só canta o que Deus ordena
Só diz o que Deus mandou.

* * *
(trecho do poema EU E MEU CAMPINA, do livro ISPINHO E FULÔ)




X PATATIVA DO ASSARÉ EM ARTE E CULTURA
 P R O G R A M A Ç Ã O

Dia 05/03/2014
 19:00 horas – Missa de Ação de Graça
            Local: Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores
20:00 horas – Queima de Fogos

Dia 06/03/2014
05:00 horas – Alvorada com Bandas de Música da Região;
                        Encontro de Bandas na Praça do Mercado Público.
09:00 horas – Abertura da Exposição Temporária de Luiz Gonzaga.
09:30 horas – Abertura Oficial do Festival de Cultura – X Patativa do Assaré em Arte e Cultura.
10:00 horas – Seminário: Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga – Nordestinos, Cidadãos do Mundo.
           Local: Auditório D. Belinha Cidrão no Memorial Patativa do Assaré.
17:00 horas – Cortejo de Grupos de Manifestações Culturais da Região do Cariri e Centro Sul.
17:30 horas – Apresentações dos Grupos de Manifestações Culturais.
           Local: Praça Patativa do Assaré.
 20:00 horas – Apresentações Culturais
 Gordo da Acordeom (Forró Pé de Serra)
 Forrozão Vem Que Tem (Forró Pé de Serra)
 Flávio Gonçalves e Normando (Forró Pé de Serra)
 Rael e Banda
 Sambarelove
 Pra Que Melhor
 Amor.com

Dia 07/03/2014
07:00 horas – Passeio Turístico e Cultural – Conhecendo o Assaré através do seu Patrimônio Material e Imaterial.
Saída – Fundação Memorial Patativa do Assaré;
             Fundação Balceiro de Cultura Popular;
             Casa do Patativa – Sede;
             Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores.
 09:00 horas – Distrito de Genezaré – Casa do Barão de Aquiraz.
 11:00 horas – Distrito de Aratama: Casarão da Família Leal
                        Sítio Cacimbinha: Casa do Senhor Alencar Severino.
13:00 horas – Almoço
15:00 horas – Encontro no Casarão da Várzea.
16:00 horas – Serra de Santana: Museu do Agricultor – Casa onde Nasceu Patativa do Assaré.
18:00 horas – Encontro de Cordas e Sanfonas.

FESTIVAL DE VIOLEIROS
Local Praça da Matriz de Nossa Senhora das Dores

Apresentação:  Poeta Iponax Vilanova 
Chico Paes e Raimundinho da Acordeom
Sérgio Batista e Cícero Batista
Manoel do Cego
Zé Viola e Oliveira de Panelas
Sílvio Granjeiro e Francinaldo Oliveira
Zé Fernandes e Lourival Pereira
Ismael Pereira e Jonas Bezerra
Gilvan Granjeiro e Marcos Ferreira 
20:30 horas – Gildário do Assaré
21:30 horas – Ana Paula Nogueira
22:30 horas – Os Nonatos
00:30 horas – As Coleguinhas
02:00 horas – Bulé de Caminhão
03:30 horas – Carlinhos e Banda Soada

Dia 08/03/2014
07:00 horas – Encontro de Fanfarras
08:00 horas – Torneio Intermunicipal Patativa do Assaré
                        Local:
09:00 horas – Reunião do Fórum de Turismo e Cultura do Cariri.
11:00 horas – Posse na Diretoria do Fórum de Turismo e Cultura do Cariri.        
         Local: Auditório D. Belinha Cidrão do Memorial Patativa do Assaré.
13:00 horas – City  Tur pelos Projetos Sócio Cultural de Assaré.
                       Mais Educação
19:00 horas – Entrega de Troféus dos Jogos da Copa Patativa do Assaré.
Apresentações Culturais:
21:00 horas – Cícero do Assaré
22:00 horas – Mateus Fernandes
23:30 horas –  Bota pra Moer
01:30 hora –  Forró do Paredão

A VOZ DO ESPELHO

Triste e espantado, sem sorriso algum, 
Diz, frente ao espelho (velho amigo seu): 
- Não, não me diga, de jeito nenhum, 
Que tudo passa e que esse aí sou eu... 

 Quem foi que disse que esse vulto é meu? 
 Que eu virei “isso”... e que nós somos um? 
 Por que meu riso, que era tão comum, 
 Do seu semblante desapareceu? 

 Será um sonho, um pesadelo, enfim... 
 Ou foi a idade que passou por mim?... 
 Responde o espelho: - Disse muito bem! 

 Por que o tempo, esse carrasco mudo, 
 Que a todos muda e que transforma tudo, 
 Não passaria por você também? 

 Dedé Monteiro 
 Tabira, 18/02/2014

sábado, 6 de abril de 2013

COMO DÓI

Villa Bella Jornal - Ed. Jan/Fev/2013

Eu agradeço, mais uma vez, ao amigo Dierson Ribeiro por mais uma publicação de trabalho meu no Villa Bella Jornal.

sábado, 29 de dezembro de 2012

A cultura é o manto da igualdade:
Não destrói, não exclui, nem discrimina.


(mote de Alexandre Morais – para o 5º Pajeú em Poesia)

O que vem de raiz impõe respeito;
Por exemplo: o xaxado e o baião.
Não se pode mexer com tradição,
Nem tratá-la com ranço ou preconceito.
Quem disser: “esta arte eu não aceito!”,
Esqueceu que é humano e ela é divina,
E que o artista, em si mesmo, traz a sina
De tentar melhorar a humanidade.
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Alexandre é “o cara” da cultura,
Pra quem tiro o chapéu todo momento.
Seu projeto retrata o seu talento,
Seu caráter jamais se desfigura.
“Pajeú em Poesia” não censura
A pureza da alma campesina.
Ele só não concorda, e nem combina,
Com quem pisa na nossa identidade.
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Esta “Mesa” forrada de repente
E enfeitada por vates geniais,
Vem mostrar que o sertão tem muito mais
Do que fome, pobreza e terra quente.
E o poeta, de forma inteligente,
Transbordando da verve nordestina,
Vem provar que o divino só termina
Quando um dia matarem a liberdade.
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Dedé Monteiro

A cultura de um povo é seu escudo
A reserva maior da educação
Preservando-a constrói-se uma nação
De uma gente feliz que tem de tudo
Sem cultura este povo fica mudo
Perde a fé, não tem força, se elimina
Desprezar as raízes nada ensina
Cultivar sua arte traz verdade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Jorge Filó

 A cultura pra mim é o xaxado
É o aboio penoso do vaqueiro
É a vela na mão do jangadeiro
É a dança sagrada do reisado
É um carro de boi lubrificado
É banha de porco e brilhantina
Uma bodega sortida na esquina
E uma novena na comunidade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Miguel Leonardo

A Cultura é o símbolo mais perfeito
Da história das civilizações
Porque cria e preserva tradições
Com orgulho, emoção, dom e respeito
Coração maternal sem preconceito
Com escolha, etnia ou melanina
Não aceita influência nem propina
Mas aceita somar boa vontade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Zé Adalberto

 Pra tentar nivelar a raça humana
Hitler fez o que fez na Alemanha,
Dizimou cidadãos numa campanha
Tão imunda, covarde e tão tirana.
E o sangue jorrado em terra plana
É o manto que o mundo hoje abomina,
Não aquece, não cresce e não ensina
Como faz a cultura de verdade,
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Elenilda Amaral

Arco íris só brilha quando chove
Passarinho não canta na prisão
Um mendigo implora por um pão
Tudo isso aos poucos me comove.
Poesia é sustento que me move
Quando faço é deus que me ensina
Co’ o poder minha mente ilumina
Pra falar sobre vida sem maldade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Erivoneide Amaral

 É a placa que apontando o destino
É lição para aquele que deseja
É a fonte do saber quando se almeja
É um mestre na vida de um menino
Companhia do poeta Pelegrino
É a rima de uma estrofe pequenina
Emoção que a alma contamina
Demonstrando toda sua intensidade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Wellington Rocha

Na cultura quem mira sempre acerta
Desde um clássico composto por Sivuca
Carimbó cantado por Pinduca
Lá no sul vanerão é coisa certa
Parintins dá um grito de alerta
Caprichoso e Garantido é coisa fina
O São João das ruas de Campina
A catira lá em Natividade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

 Temos a vaquejada em Surubim,
Tem o fank dos morros e dos guetos
Tem a festa de peão lá em Barretos
Festival de inverno em São Joaquim
Lá em São Domingos do Capim
É surf no rio quem domina,
Em Lençóis, na Chapada Diamantina
O reisado dita o ritmo na cidade.
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Quando escuto Pena Branca e Xavantinho
Gonzagão, Tonico e Tinoco
Castanha e Caju cantando coco
Vejo a arte espalhada no caminho
E um verso do sábio Canhotinho
É cultura na forma cristalina
Emitida do fundo de uma mina
Quem ninguém sabe a profundidade
A CULTURA É O MANTO DA IGUALDADE:
NÃO DESTRÓI, NÃO EXCLUI, NEM DISCRIMINA.

Ademar Rafael - Marabá-PA