Triste e espantado, sem sorriso algum,
Diz, frente ao espelho (velho amigo seu):
- Não, não me diga, de jeito nenhum,
Que tudo passa e que esse aí sou eu...
Quem foi que disse que esse vulto é meu?
Que eu virei “isso”... e que nós somos um?
Por que meu riso, que era tão comum,
Do seu semblante desapareceu?
Será um sonho, um pesadelo, enfim...
Ou foi a idade que passou por mim?...
Responde o espelho: - Disse muito bem!
Por que o tempo, esse carrasco mudo,
Que a todos muda e que transforma tudo,
Não passaria por você também?
Dedé Monteiro
Tabira, 18/02/2014
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