quarta-feira, 5 de março de 2014

A VOZ DO ESPELHO

Triste e espantado, sem sorriso algum, 
Diz, frente ao espelho (velho amigo seu): 
- Não, não me diga, de jeito nenhum, 
Que tudo passa e que esse aí sou eu... 

 Quem foi que disse que esse vulto é meu? 
 Que eu virei “isso”... e que nós somos um? 
 Por que meu riso, que era tão comum, 
 Do seu semblante desapareceu? 

 Será um sonho, um pesadelo, enfim... 
 Ou foi a idade que passou por mim?... 
 Responde o espelho: - Disse muito bem! 

 Por que o tempo, esse carrasco mudo, 
 Que a todos muda e que transforma tudo, 
 Não passaria por você também? 

 Dedé Monteiro 
 Tabira, 18/02/2014

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