domingo, 26 de dezembro de 2010

É PRECISO


É preciso romper com o silêncio,
Transformar a realidade objetiva,
Vivenciar o que DEUS nos diz pelo anúncio,
Manter uma coragem ativa.

Construir um sonho sem hipocrisia,
Superar os nossos limites,
Não ouvir a voz da heresia,
Vencer o erro que não se admite.

Só assim, verás as gotas de esperança,
Ouvirás o discurso dos excluídos,
E viverá uma nova vida...

Uma vida que inspire herança,
Que absorve os valores evoluídos,
E que jamais será esquecida.

Cícero de Souza
Amigo e poeta de Jatiúca

sábado, 18 de dezembro de 2010

3º PAJEÚ EM POESIA


Tem Tião, Chico Pedrosa,
Dió, Zé de Mariano,
Dudu, João Paraibano,
Um que canta, outro que glosa.
Genildo - alma luminosa
Na qual a gente confia;
Zé Adalberto, que cria
E o mano Gonga Monteiro...
PARTICIPE DO "TERCEIRO
PAJÉU EM POESIA".

Dedé Monteiro

domingo, 12 de dezembro de 2010

SE EU PUDESSE VOAR

Se eu tivesse o poder para voar
Hoje mesmo daqui iria embora,
Não iria passar mais uma hora
Solitário aqui neste lugar.

Na distância me ponho a lamentar
Com saudade de alguém que longe mora.
A pessoa que diz que homem não chora
Certamente ignora o verbo amar.

Na penúria de minha solidão
Faço às vezes até exclamação,
Mas ninguém me escuta quando exclamo.

Ah, se Deus hoje ouvisse o meu lamento!
Quem me dera estar nesse momento
Ao lado de alguém que tanto amo.

Otávio Maia


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

LANÇAMENTO DO 4º LIVRO DE DEDÉ MONTEIRO

O poeta Dedé Monteiro lançará: "MEU QUARTO BAÚ DE RIMAS" - Ed. Bagaço - só poemas inéditos.


Dia 11 de dezembro de 2010, a partir das 11h no Mercado da Madalena - Box Sertanejo - Recife - PE.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

VIDA E VERSOS - PRIMEIRO LIVRO DO POETA GONGA MONTEIRO

Na cidade onde a poesia é predominante, surge mais um livro de poesia para aumentar o acervo de grandes versos: é o livro do poeta Gonga Monteiro - poeta do riso, da calma.  Gonga é irmão do Mestre Dedé Monteiro.
O livro "Vida e Versos" trará os registros dos grandes poemas de Gonga, a maioria, com certeza, engraçadíssimo.

Ao terminar o livro, Gonga Monteiro  escreve:

Feliz, de cabeça erguida,
No final desta edição,
Eu senti a sensação
Que a tarefa foi cumprida.
Aliviado da vida,
Estou baixando a cortina
Qual “pobre que a vista inclina”,
“Cego que ensaca a sanfona”,
“Vendedor que dobra a lona”
“Depois que a feira termina.”

sábado, 27 de novembro de 2010

E A TERRA CAIU NO CHÃO

Visitando o meu sertão
Que tanta grandeza encerra,
Trouxe um punhado de terra
Com a maior satisfação.

Fiz isso na intenção,
Como fez Pedro Segundo,
De quando eu deixasse o mundo
Levá-lo no meu caixão.

Chegando ao Rio, pensei
Guardá-lo só para mim
E num saquinho de brim
Essa relíquia encerrei!

Com carinho e com cuidado
Numa ripa do telhado,
O saquinho pendurei...

Uma doença apanhei
E vendo bem próxima a morte
Lembrando as terras do norte
Do saquinho me lembrei.

Que cruel desilusão!
As traças, sem coração
Meteram os dentes no saco,
Fizeram um grande buraco
E A TERRA CAIU NO CHÃO.

Zé da Luz

Na construção do açude
Do meu tio em Pé de Serra,
Eu carreguei muita terra,
Trabalhei o quanto pude.
Perdi até a saúde,
Pois minha jega era o cão...
E um dia o jegue de Adão
Deu uma carreira nela
Virou a cangalha dela
E A TERRA CAIU NO CHÃO.

Dedé Monteiro

Com jeito, calma e cautela
Numa manhã bem formosa
Eu plantei um pé de rosa
No centro de uma panela.
Cresceu e tornou-se bela
Desabrochou um botão,
Veio um dia um furacão
A forquilhinha rajou-se,
A banelinha quebrou-se
E A TERRA CAIU NO CHÃO.

Antônio Marinho

Eu plantei um pé e uva
Dentro de uma panela,
Em cima duma janela
Da casa de uma viúva.
Nesse dia, deu uma chuva
Com corisco e com trovão;
Veio o vento furacão,
E derrubou a janela,
Esbagaçou-se a panela,
E A TERRA CAIU NO CHÃO.

Bentivi Neto

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ISSO É MUITO SÉRIO

Adolescente está desaparecida após trocar mensagens com homem pela web

Em Salvador, duas adolescentes foram mortas depois de trocar várias mensagens pela internet e fugir de casa. Em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, uma menina de 13 anos está desaparecida.

Fonte: Jornal Hoje - Rede Globo

LANÇAMENTO DO LIVRO NUANCES D'ALMA‏ DE BEATRIZ PASSOS


Trata-se de um livro em prosa e verso, onde a autora dá ênfase ao mais profundo sentimento de nossa alma: a SAUDADE.
Nuances D’alma revela ainda, a crença e fé imensurável da autora em Deus, destacando também os laços familiares que permeiam sua obra.
Nascida em 17/05/1932, em São José do Egito, sertão do Pajeú – PE, Beatriz Passos é Filha de Valdevino Batista dos Passos e Severina Gomes dos Passos. É Mãe de nove filhos.
Sempre amou a poesia desde criança, quando ouvia os versos de Antônio Marinho, Cancão, Manoel Xudu, Jó Patriota, entre tantos outros vates, ícones da cultura dessa terra.
Professora graduada em letras pela Autarquia do Ensino Superior de Arcoverde (AESA) lecionou em São José do Egito durante vinte e oito anos, onde se aposentou.
É Autora do livro "Nos Passos da Poesia", (Recife, Ed. do autor, 1999).
A poetisa reside atualmente em sua cidade natal, onde continua respirando poesia.

sábado, 20 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA - DEDÉ MONTEIRO

(Uma História de Dor e Libertação)

Quem respeita como igual
Cada irmão, seja quem for;
Quem considera normal
Quem não tem a sua cor;
Quem, numa santa atitude,
Alia-se à negritude,
Sem sinal de distinção,
Demonstra que tem, de fato,
Consciência de um relato
De dor e libertação.

Quem vê em Castro um poeta
De enorme sabedoria,
Cuja vocação completa
Foi defender quem sofria;
Quem admira Nabuco,
Uma voz de Pernambuco
Contra o mal da escravidão,
Mostra em sua trajetória
Consciência de uma história
De dor e libertação.

A bem da santa verdade,
Quem não é cego e distingue
Que ninguém quis igualdade
Mais que Martin Luther King;
Quem tem Zumbi como santo,
Por ter se empenhado tanto
Na luta de cada irmão,
Tem a alma atormentada
Por uma história mesclada
De dor e libertação.

Neste universo corrupto
Que a desigualdade impera
E onde o Branco, absoluto,
Esturra feito uma fera,
Os filhos de Ganga Zumba
Cochicham na sua tumba
Esta sublime oração:
“Pai, você é a bandeira
Dessa História verdadeira
De dor e libertação”!


Neste ambiente nefando
De liberdade em declínio,
O negro está precisando
De outro Zé do Patrocínio...
De outro Josué de Castro,
Pra vir brilhar como astro
Dentro dessa escuridão...
De outro Tobias Barreto,
Poeta valente e preto
Louco por libertação!

Que o nosso Gilberto Gil
Faça plantar mil “sementes”,
Pra no chão deste Brasil
Nascerem mil Tiradentes!
Sementes feitas de fé,
Como as do Projeto Axé,
Tão humano e tão cristão,
Com Carlinhos Brown à frente,
Numa tentativa ardente
De fazer libertação.

Que Luiz Inácio Lula,
O presidente moreno,
Para que o pobre se bula
Conceda ajuda e terreno.
É melhor não prometer
Pra não ficar a dever
Trabalho a quem não tem pão.
Lula, arregace a camisa,
Lembre que o povo precisa
De emprego e libertação!

Dedé Monteiro
Tabira, 20 de novembro de 2004,
Dia Nacional da Consciência Negra.

AGRADECIMENTO DE DEDÉ MONTEIRO À FLIPORTO 2010

A quem faz esse Instituto
O Pajeú agradece
Pelo destaque impoluto
Que a poesia merece!
Parabéns ao "time" forte
Que este ano deu o norte
E ainda se compromete,
Pela grandeza de Olinda,
Que será maior ainda
A FLIPORTO núm'ro sete!

Dedé Monteiro

Cartão Oficial de Agradecimento da Fliporto (clique para ampliar)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ESTOU DOENTE

Há muitos dias me sinto
Se vontade de comer,
À noite rolo na cama
Até o dia amanhecer...
Pra tudo me falta ânimo,
Nada consigo fazer.

Desse jeito irei morrer
Estou sofrendo demais,
Cada dia que se passa
Eu pioro ainda mais,
Eu vejo a vida passando
E eu ficando para trás.

Para que eu volte a ter paz,
Que fique bem de verdade
Eu preciso que tu venhas
Curar minha enfermidade,
Pois devido a tua ausência
Tô doente de saudade!

Hélio Leite - Novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

DITADO POPULAR

É MELHOR VIVER SOZINHO
DO QUE MAL ACOMPANHADO

É preciso estar atendo
Ao tomar a decisão
Para evitar frustração
Ou grande arrependimento.
Me refiro ao casamento
Que é um “sonho encantado”
Já diz um velho ditado
Explicando direitinho:
“É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado”.

Eu concordo plenamente
Pois a minha companheira
Me trata de tal maneira
Que me deixa tristemente,
Estou vivendo carente
E também desanimado,
Para que viver ao lado
De quem não me dar carinho?
“É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado”.

Ela não me dar valor,
Não reconhece o que faço,
Não respeita o meu espaço,
Não sabe o que é amor...
Cansei de ser sofredor,
Chega de ser maltratado,
Cansei de sofrer calado,
Chega de ser tão bonzinho,
“É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado”.

No dia que eu arrumar
As malas e for embora
Sairei de porta a fora
Pra nunca mais voltar.
“Não adianta chorar
Pelo leite derramado”.

Tudo estará terminado,
Cada um no seu caminho...
“É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado”.

Hélio Leite - Novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dedé Monteiro recebe hoje o prêmio Poesia ao Vídeo

O poeta Dedé Monteiro, ganhador do 4º Prêmio Internacional Poesia ao Vídeo organizado pela Fliporto ( Feira Literária Internacional de Pernambuco) participará de dois momentos importantes do evento: No sábado ( 13), às 16h participa do lançamento da Antologia "Pernambuco, Terra de Poesia", em que um dos seus poemas foi publicado.
Na Segunda- feira ( 15), às 15 horas receberá o Prêmio de Poesia ao vídeo, em que foi vencedor com a poesia: "As Quatros Velas".

Segundo Dedé, a publicação de um dos seus poemas na Antologia é uma surpresa agradável. Ele até pouco tempo não tinha conhecimento dessa publicação. E quanto ao Prêmio Poesia ao Vídeo, ele afirma ser uma forma de reconhecimento da poesia do pajeú, enfatizando o trabalho importante das pessoas que editaram o vídeo.

A caravana da poesia está se organizando para acompanhar o poeta no recebimento do Prêmio. Vários tabirenses marcarão presença na solenidade.
Além de Dedé Monteiro, participarão da premiação Alexandre Morais, Petrônio Pires, Claudio e Edierk José que realizaram a edição do vídeo. Todos esses terão passaporto livre para participarem das atividades desenvolvidas durante o evento.

A Fliporto acontece todos os anos sempre homenageando um poeta influente internacionalmente. Este ano, Clarice Lispector é a grande homenageada. O evento que sempre acontecia em Porto de Galinhas, terá, este ano, a cidade de Olinda como sede oficial da festa literária.
O evento terá abertura nesta sexta-feira ( 12) e se encerra no dia 15 de novembro.

Tabira e o Pajeú se sentem honrados em ter o nosso Poeta Dedé Monteiro participando e sendo premiado num evento internacional. É uma forma de elevar o nome de cada um lutador pela cultura tão nossa e tão pura!



Saiba mais

sábado, 13 de novembro de 2010

Saudade Companheira

A SAUDADE É COMPANHEIRA
DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA

Sinto imensa solidão
Desde que fostes embora
Muito triste vivo agora
Sem achar consolação,
O meu pobre coração
Não sente mais alegria
Tô sofrendo noite e dia
Morrerei dessa maneira...
A saudade é companheira
De quem não tem companhia.

Hélio Leite, 1999

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mote de Claudio Olegário

Derramei o meu pranto de vaqueiro
No portal da fazenda abandonada.

Eu nasci nas quebradas do sertão,
Sobre o lombo de um potro me criei,
Com prazer minha vida dediquei
A cuidar do rebanho do patrão;
Campear sempre foi minha paixão...
Uma seca chegou inesperada,
Perdurou, acabou com a boiada,
Quase mata de sede o marmeleiro...
Derramei o meu pranto de vaqueiro
No portal da fazenda abandonada.

Hélio Leite

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ESTE MEU CORAÇÃO

Eu carrego um coração
Que é bastante sonhador.
Espera viver feliz,
Encontrar um grande amor
E receber toda vida
O seu devido valor.

Ele é também sofredor,
Está muito maltratado,
Já sentiu desilusões,
Já se viu abandonado,
Mas ainda insiste em
Estar sempre apaixonado.

E por ser tão rejeitado,
Sua tristeza é tamanha
Que às vezes pensa em agir
E logo depois se acanha...
Por isso o meu coração
Já não bate, só apanha!

Hélio Leite

terça-feira, 2 de novembro de 2010

VERSOS DE CANCÃO

Cancão
O poeta João Batista de Siqueira conhecido por CANCÃO natural de Queimadas município de São José do Egito - PE, escreveu um poema intitulado DIA DE FINADOS com 12 estrofes de 10 versos cada.

E como estamos neste dia, deixo aqui a última estrofe desse poema:

VAMOS DEIXAR O RANCOR
E VIVER SEM AMBIÇÃO
COLOCAR NO CORAÇÃO
SÓ PENSAMENTOS DE AMOR
ORAR COM TODO FERVOR
DESEJANDO SEMPRE O BEM
NÃO ODIAR A NINGUÉM
PEDIR A DEUS BOA SORTE
E ESPERAR PELA MORTE
QUE COM CERTEZA ELA VEM.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CUBATÃO DANADO DE BOM

Cubatão Danado de Bom

O Nordeste vai invadir Cubatão de 4 a 7/11, com seus sabores, música, artesanato, danças, folclore e muito mais!

O I Festival da Cultura Nordestina de Cubatão promete arrastar uma multidão ao Kartódromo Municipal da cidade, que deve receber 120.000 pessoas nos quatro dias do evento.

O projeto foi batizado com o nome "Danado de Bom", ótima expressão para traduzir o clima de festa e de resgate da cultura popular que estará em cada canto da Cidade.

Programação Completa no Site: Cubatão Danado de Bom

sábado, 30 de outubro de 2010

Festa de Aniversário da Caravana do Cordel

Convite Especial

Será motivo de muita alegria contar com a sua presença em nossa Festa de Aniversário

Local: Biblioteca Latino Americana Victor Civita

Memorial da América Latina. Metrô/trem – Barra Funda

Horário: das 15h00 às 19h30min

Data: 13/11/2010

Programação:

.Feira de Literatura de Cordel (compra & venda)

.Poetas Cordelistas & Repentistas

.Exposição de Xilogravura

.Apresentação Musical

.Lançamento de livros

.Editores & Editoras

.Recital & Cantoria

.Palestra

Confirme sua presença/informações: varnecicordel@yahoo.com.br

11 8452-0744

Mote de Cicinho Gomes

A VIDA SÓ TEM SENTIDO
ENQUANTO HOUVER ILUSÃO

Entrei na maré do vício
Sem conhecer suas águas,
Tentando afogar as mágoas
Do meu cruel sacrifício.
Quis me arrepender no início,
Mas faltou disposição...
Fiquei procurando, em vão,
O que nem tinha perdido...
A vida só tem sentido
Enquanto houver ilusão.

Dedé Monteiro - Tabira - PE

terça-feira, 26 de outubro de 2010

POETA DEDÉ MONTEIRO EM 1º LUGAR


O poeta Dedé Monteiro obteve o 1º lugar na classificação do 4º PRÊMIO INTERNACIONAL POESIA AO VÍDEO promovido pela FLIPORTO DIGITAL com o poema: AS QUATRO VELAS.

1º LUGAR: Francisco Petronio Pires (editor responsável), PE, "AS QUATRO VELAS", poema de Dedé Monteiro (43%, 96.024 Votos)
2º LUGAR: Roberto Pimentel Pontes (editor responsável), RJ, "FLUXO", Poema de Línox / Shala Andirá / Roberto Pontes (38%, 86.252 Votos)
3º LUGAR: Jeanderson José G. dos Santos, (editor responsável), PE, "CORPO URB", poema de Mariane Bigio (13%, 28.547 Votos)

Parabéns ao poeta de Tabira e aos demais participantes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

AS QUATRO VELAS - DEDÉ MONTEIRO

SONETO DO POETA DEDÉ MONTEIRO CONCORRE NO
4º PRÊMIO INTERNACIONAL POESIA AO VÍDEO 2010 - FLIPORTO DIGITAL



As Quatro Velas

Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”

A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”

A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”

Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!

DEDÉ MONTEIRO
Tabira, 12/02/2009

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

20 de Outubro - Dia do Poeta




O Poeta
...

Todo poeta é um louco
Imensamente feliz.
Por muito que diga pouco,
Diz muito o pouco que diz.
...

O poeta é um condor:
Voa e sonha a vida inteira,
Mas chora vendo uma flor
Caída aos pés da roseira.

Dedé Monteiro
Tabira, 14/03/1998


*****
Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só as que ele não têm

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Fernando Pessoa

*****

Dia 20 de Outubro - Dia Nacional do Poeta

O "Dia do Poeta" parece ter sido escolhido sem uma razão específica. O Decreto-Lei No 66 de 30 de Agosto de 1978 da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, não procura justificar a data.
O "Dia do Poeta" também é comemorado em outros lugares do Brasil, no dia 4 de outubro.
De norte a sul, outros dias
Dia 16 de agosto - Dia do Poeta Recifense

Comemora-se o "Dia do Poeta Recifense", no dia do nascimento de Mauro Mota, também chamado de "Poeta das Elegias", ocorrida em 1911, no Recife.

Dia 4 de dezembro - Dia do Poeta Repentista Gaúcho

Nesta data o Decreto-Lei No 8.814, de 10 de janeiro de 1989, fixa o "Dia do Repentista Gaúcho" e do "Artista Regional Gaúcho".

Todo o dia é "Dia de Poesia"...

Moacyr Mallemont Rebello Filho (Historiador)

sábado, 16 de outubro de 2010

3º Pajeú em Poesia


"A ORQUESTRA DA VIDA É A CULTURA
E O POETA É SEU MESTRE DE HARMONIA"


Em sua terceira edição o Pajeú em Poesia reune diversos nomes importantes da literatura popular sertaneja para homenagear o poeta Dedé Monteiro.
O evento acontecerá no dia 14 de novembro de 2010, a partir das 20h, no MG Bar em Afogados da Ingazeira.
Os ingressos custam R$ 10,00 (incluindo senha para sorteios)

Serviço:
3º PAJEÚ EM POESIA – Homenagem ao Poeta Dedé Monteiro
Local: MG Bar, Afogados da Ingazeira/PE
Dia: 14 de novembro de 2010
Horário: 20h
Entrada: R$ 10,00

Maiores informações: Alexandre Moraes (87) 99331797

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O PELO SINAL DO PROFESSOR

Nas classes que eu leciono
Tem gente que me detesta,
Mas eu conheço quem presta
PELO SINAL.

Porém não desejo o mal
A quem me causa desprezo.
Prefiro sofrer o peso
DA SANTA CRUZ.

Nós somos como Jesus:
Sofremos a vida inteira...
Mas de perder a cadeira
LIVRAI-NOS DEUS.

Com os vencimentos meus
Faço a feira resumida,
Porque o custo de vida,
NOSSO SENHOR!

A gente gasta um horror
No dia do pagamento...
Mas não dá nem pro sustento
DOS NOSSOS...

Alisa pagando troços
Nas casas dos vendedores,
Pra não ficar com credores
INIMIGOS.

Hoje não há mais castigos...
Por isso o aluno enrola,
E só freqüenta a escola
EM NOME DO PAI...

E quando o garoto sai
Com tarefas pra fazer,
Tem pai que faz o dever
DO FILHO.

E assim nesse trocadilho
Todo mês a nota sobra,
E o mestre pensa que é obra
DO ESPÍRITO SANTO...

Eles me enrolam, no entanto
A culpa é do trapaceiro.
Eu recebendo o dinheiro:
AMÉM!

Dedé Monteiro
Tabira, 1971

Do livro: Retalhos do Pajeú

SETE ANOS SEM AUMENTO

SETE ANOS SEM AUMENTO
NÃO É BRINCADEIRA NÃO

(Greve dos professores)

Sete fevereiros faz,
Segundo informes tranqüilos,
Que um bujão de treze quilos
Custava uns sete reais.
Hoje, é vinte e dois ou mais.
Houve ou não houve inflação?
Faça a pergunta ao fogão
Que ele diz quanto por cento...
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

Na bandalheira infernal
Do cenário que eu contemplo,
O gás é só um exemplo,
Pois o desmando é geral.
De barato, além de sal,
Só tem: desculpa, perdão,
Conselho, aperto de mão,
Descaso e constrangimento.
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

Aumento sempre acontece.
Sobe tudo todo dia.
O monstro da carestia
Freqüentemente aparece.
Só tem algo que não cresce,
Permanece eterno anão:
O salário que nos dão
No dia do pagamento...
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

O “chefe” mandou dizer
Em tom de “benevolência”:
“Mestres, tenham paciência
Que, em março, eu vou resolver...”
Ah coisa ruim de fazer,
Essa conta do patrão!...
Se for multiplicação,
Diminui nosso tormento.
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

Não adianta ameaça
Como a que fez no domingo...
Isso não resolve um pingo.
Se quer fazer mais que faça.
Galo é quem canta de graça,
Basta ter milho no chão.
Respeite a educação,
Mostre que tem sentimento.
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

Não vá dizer que a escola
É prioridade sua,
Se o professor continua
Recebendo a mesma esmola,
Esmola que descontrola
O motor da vocação,
Porque, sem manutenção,
Motor não faz movimento.
Sete anos sem aumento
Não é brincadeira não.

Sete anos de pobreza
Desencanta o professor,
Sete anos de “terror”
Destrói qualquer fortaleza,
Sete anos de incerteza
Enfraquece a profissão,
Sete anos de opressão
Multiplica o sofrimento,
Sete anos sem aumento
É brincadeira do cão!...

DEDÉ MONTEIRO
Tabira, 25/02/2002

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Outro Mote

POESIA SE FAZ ASSIM

Tendo inverno no sertão
O camponês "enriquece"
E muito feliz agradece
Ao autor da criação.
Corre água em ribeirão,
A mata vira um jardim,
Numa alegria sem fim
Canta toda passarada
No romper da alvorada...
Poesia se faz assim.

Hélio

Mote de Dedé Monteiro

Virei um fusquinha usado
Distante da rodovia.


Já fui caminhão trucado
Potente que só o cão!
Não demorou muito não
Virei um fusquinha usado.
No tempo da juventude
Cheio de força e saúde
Nenhuma carga eu temia,
Os dias foram passando
E agora vou me arrastando
Distante da rodovia.

Hélio Leite

Não valeu a pena não.
Hoje o que eu fiz me condena.
Meu caminhão do passado
Virou coisa tão pequena
Que, além de não pegar carga,
Foi retirado de cena...

Dedé Monteiro

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O PATATIVA QUE EU CONHECI



JOÃO ALBERTO HOLANDA DE FREITAS LANÇA O LIVRO “O PATATIVA QUE EU CONHECI”

Jornal - Alto Taquaral - 18/08/2010

Patativa do Assaré (1909/2002) era assim: testemunhava a vida em versos. E não foi diferente naquele abril de 1988, quando veio para Campinas para ser submetido à operação de catarata e ao transplante de córnea pelo oftalmologista cearense João Alberto Holanda de Freitas.

A convivência por três meses com a família do médico e dos amigos, os versos, as cantorias, as idas e vindas, os repentes e a sabedoria de um dos maiores poetas populares do país, estão agora documentados no livro “O Patativa que eu conheci” (Komedi,144 páginas), de João Alberto Holanda de Freitas. A obra traz um DVD encartado, com registros dos saraus “noite à dentro” durante a permanência de Patativa na cidade, e impressões do médico sobre o poeta conterrâneo.

O lançamento será no próximo dia 30 de agosto, às 19h, na CPFL Cultura, em Campinas.

Patativa “perdeu a vista em 1910, no período da dentição, em conseqüência da moléstia vulgarmente conhecida por dor d’olhos, conta João Alberto. “Por complicações no outro olho, dos 75 aos 79 anos, o poeta só enxergava ‘claro e escuro’”.

A história de João Alberto com Patativa começou quando o médico foi contatado pelo amigo Eudoro Santana sobre a situação do poeta. “Relatava-me o amigo que o médico que assistia Patativa, Hugo Santana de Figueiredo, havia comentado com o paciente, que a única solução era viajar para Campinas para me procurar, e submeter-se a uma cirurgia muito delicada, que consistiria em operar a catarata já muito avançada, e simultaneamente fazer o transplante de córnea”.

Patativa ficou hospedado na casa do médico e marcou, definitivamente, a vida dos Holanda de Freitas. “Diariamente, sempre que possível, fazíamos todas as refeições juntos: eu, minha esposa Marta e minhas filhas Ana Cristina e Eleusina (Leleu), como ele assim preferia chamar. À mesa, quase sempre Patativa interrompia a refeição e avisava: escutem esta...”.

Sem Patativa perceber, o médico ia registrando toda a genialidade do poeta auxiliado por um microgravador enfiado no bolso.

“Patativa tinha hábitos alimentares muito simples, comia pouco, frugalmente. No almoço, se servia basicamente de arroz e ovo cozido. Comia de colher. Uma vez concluída a refeição, não dispensava o café expresso, ia direto fumar um cigarrinho no jardim. Não gostava de TV, que não podia enxergar mesmo, mas ouvia o rádio o dia inteiro, sempre ligado em música ou nas notícias”, escreve o autor.

No livro, o leitor poderá, ainda, compartilhar de momentos difíceis vividos pelo poeta, confidenciados à Leleu, caçula do médico, quando lhe perguntou sobre os filhos. “Dos nove, um suicidou-se e minha filha Ana, que eu chamava de Nanã, morreu de fome nos meus braços, ela era linda, coitadinha”.

“Patativa expressava a justiça divina, ‘tem que haver a partilha’, insistia. Como repentista era um craque. Sem escolaridade alguma, uma pessoa de uma expressão cultural muito vasta. Um sábio”, testemunha o médico.

Em Campinas, Patativa escreveu seis poemas, sendo três dedicados ao oftalmolista – material este registrado no livro “O Patativa que eu conheci”.

“(...) Estou a córnea aguardando/ esperançoso e contente/ pensando de quando em quando/ que voltarei brevemente/ vendo a imensa beleza/ das obras da natureza/ preciosas e perfeitas/ depois da operação/ do famoso doutor João/ Alberto Holanda de Freitas”.

O médico conta, ainda, que Patativa fazia questão de dizer que era “agricultor, homem da terra”. Poesia? “Só nas horas vagas”.
Depois de mais de duas décadas, João Alberto puxou o fio da memória e resolveu registrar sua convivência com o poeta ilustre. Escreveu durante cinco meses, “noites e noites, dias e dias”, auxiliado pelo velho e confidente microgravador.

Quando a entrevista estava quase acabando, o médico me revela que também fez operação de catarata no grande músico Sivuca (1930-2006), em 1991. Rapidamente pego a caneta de volta, arrumo o bloquinho de anotação.

Sob meu olhar curioso, o médico cearense, decisivo e gentil nas palavras, já vai me avisando: “Essa é outra história...”.

Médico-escritor

João Alberto Holanda de Freitas nasceu em Aquiraz, cidade da região metropolitana de Fortaleza, Ceará. É graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará, doutorado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas e livre-docente pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Atua em Oftalmologia com ênfase em cirurgia e nos temas de vitrectomia, retina, catarata, descolamento de retina e vítreo.

É professor titular de Oftalmologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e membro da Academia Americana de Oftalmologia.

Foi presidente da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantas Intraoculares, da Associação Brasileira de Banco de Olhos, da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo e da Pró-Visão – Sociedade Campineira de Atendimento ao Deficiente Visual. Foi também diretor-presidente da Escola Comunitária de Campinas.

Além da Medicina, dedica-se aos estudos do folclore e é titular, desde 1984, da cadeira número 27, que homenageia Luís da Câmara Cascudo, da Academia Campineira de Letras e Artes.

É autor de vários livros sobre sua especialidade médcica, como Trauma Ocular, Atlas de Mácula, Laser em Oftalmologia, Vitrectomia, Oftalmologia Básica, Descolamento da Retina.

Serviço

Lançamento do livro “O Patativa que eu conheci” (Komedi, 144 páginas, R$ 50,00)
Autor: João Alberto Holanda de Freitas
Data: 30/08
Horário: 19h
Local: CPFL Cultura (Rua: Jorge Figueiredo Côrrea, 1632 - Chácara Primavera - Campinas)
Entrada franca

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Zé da Luz X Patativa do Assaré

AS TRÊS FULÔ DE PUXINANÃ

Três muié ou três irmã
Três cachorra da mulesta
Eu vi num dia de festa
num lugá Puxinanã.

A mais véia,a mais ribusta
Era mermo uma tentação
Mimosa flor do sertão
Que o povo lhe chama Augusta.

A segunda era Guilermina
Tinha o oiá que,ô mardição,
Matava quarqué cristão
O oiá dessa menina.

Os óios dela parecia
Duas estrelas tremendo
Se apagando e se acendendo
Em noite de ventania.

A tercêra era a Maroca
Um corpo munto má feito
Mais porém tinha nos peito
Dois cuscuz de mandioca.

Dois cuscuz que por capricho
Quando ela passou pru eu
Minhas venta se acendeu
Cum chêro vindo dos bicho.

Eu inté me atrapaiava
Sem sabê das três irmã
Que eu vi em Puxinanã
Qual era a que me agradava.

Iscuiendo a minha cruz
Pra sair desse imbaraço,
Desejei morrê nos braço
Da dona dos dois cuscuz.

ZÉ DA LUZ


TRÊS MOÇA
(Paródia de Fulô de Puxinanã de Zé da Luz)


Três moça,três atração,
Três anjo andando na terra,
Eu vi lá no pé da serra
Numa noite de São João.

A premêra era a Benvinda
E eu juro pro Jesus Cristo
Como eu nunca tinha visto
Uma coisinha tão linda.

Benvinda,o premêro anjo
Tinha a voz harmoniosa
Como as corda sonorosa
Do bandulim dos arcanjo.

A segunda,a Felisbela,
Era um mundo de beleza,
Não sei como a Natureza
Acertou pra fazê ela.

Os óio era dois primô
Com tanta quilaridade
Como quem sente sodade
De um bem que nunca vortô

A tercêra,a Conceição,
Era a mais nova das três
Parecia santa Inês
Quando sai na procissão.

Nunca houve sobre a terra
E não pode havê ainda
Quem diga qual a mais linda
Das moça do pé da Serra.

Se arguém mandasse jurgá
E a mais bonita iscuiê
Eu ficava sem sabê,
Pois todas três era iguá.

Quando oiei pras três menina
Oiei tornei a oiá,
Eu fiquei a maginá
Nas coisa santa e divina.

E o que ninguém desejô
Desejei naquela hora
Sê o grande Rei da Gulora
O Divino Criadô.

Mode agarrá as três donzelas,
Invorvê num santo véu
E levá viva pro céu
Pra ninguém mexê com elas.

PATATIVA DO ASSARÉ
Do livro “Ispinho e Fulô” pg 152

domingo, 26 de setembro de 2010

Um Mote - Três Glosas

SÃO OS SONS QUE NINGUÉM PODE ESQUECER
SE JÁ FOI RESIDENTE NO SERTÃO

Ainda sinto bem forte em meu ouvido
O martelo tinindo do ferreiro,
O cantar do rei galo no poleiro
E o jegue rinchando co’alarido.
Foguetório gerando um estampido
Numa noite animada de São João,
Passarinhos fazendo saudação
No horário do dia amanhecer,
São os sons que ninguém pode esquecer
Se já foi residente no Sertão.

Miguel Leonardo

O latido amistoso de um "jupi",
Vira-lata raçudo sem ter raça,
Uma banda de pífanos na praça,
O penoso cartar da juriti,
Um boaito saindo do jequi
E um vaqueiro a pegá-lo pela mão,
O estrondo redondo do trovão
Avisando que em breve vai chover,
São os sons que ninguém pode esquecer
Se já foi residente no sertão.

Dedé Monteiro

Minha mente inda tem tudo gravado:
O zumbido constante das abelhas,
O balido agradável das ovelhas
Retornando à tardinha pro cercado,
O barulho da chuva no telhado,
O batuque animado do pilão,
O piado que faz um bom pião
E o meu carro de boi sempre a gemer...
São os sons que ninguém pode esquecer
Se já foi residente no sertão.

Hélio Leite

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lirinha declama: O Abilolado

Poema O Abilolado - de Chico Pedrosa.
Lirinha, do grupo Cordel do Fogo Encantado, declamou no SESC Ipiranga no dia 30 de maio de 2009, eu estava presente.
Foi numa noite com exposição e apresentações sobre Patativa do Assaré.


João (filho de Patativa do Assaré), Lirinha e eu

Comício de Beco Estreito - Jessier Quirino

Já que estamos em época de campanha eleitoral:

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Pelo Sinal do Ébrio

O mestre Dedé Monteiro declama




Nunca deixei de beber...
E vou me acabar bebendo,
Embora passem fazendo
PELO SINAL.

Nos dias de carnaval,
Eu bebo por oito ou dez...
Depois vou cair nos pés
DA SANTA CRUZ.

Nós sabemos que a Jesus
O vinho fazia bem...
De não bebê-lo também
LIVRAI-NOS DEUS.

Se o próprio Rei dos Judeus
Bebia de vez em quando,
Eu morrer imitando
NOSSO SENHOR.

Só quem bebe por amor
Sabe o valor da cachaça...
Os outros não são da raça
DOS NOSSOS.

Precisando, eu vendo os troços,
Bebo o tutu de montilla,
Embora arranje, de fila,
INIMIGOS.

E se eu me vejo a perigos,
Sem ter no bolso um cruzado,
Eu bebo e deixo fiado
EM NOME DO PAI.

Toda missa que mãe vai,
Pra que eu deixe ela faz prece,
Porque a mãe nunca esquece
DO FILHO.

Mas eu quando vejo o brilho
D´uma garrafa de alguém,
Não ouço conselhos nem
DO ESPÍRITO SANTO!

E no dia que eu levanto
Tremendo feito um sacana,
Curo a ressaca é com cana,
AMÉM!

Dedé Monteiro –Tabira - 1971
do livro: Retalhos do Pajeú

A Campanha Eleitoral


Os letreiros e retratos
Vemos por todos os cantos.
É hora dos candidatos
Demonstrarem que são santos.
Já começou a folia
E não descansa um só dia
“Esse alegre pessoal”
Mentindo de mais a mais.
Tudo isso são os sinais
Da campanha eleitoral.

Vive sempre desprezado
O tão carente eleitor.
De repente esse coitado
Começa criar valor.
Com muita dedicação
Tratam esse cidadão
Com carinho especial,
Ele se torna importante,
É pena que só durante
A campanha eleitoral.

Tem gente que não se toca
E faz coisa muito feia:
Dá o seu “votinho” em troca
De uma carrada de areia,
De um saquinho de cimento,
Ou até mesmo de um cento
De bloco, um saco de cal
E outras coisas tão pequenas.
Vemos todas essas cenas
Na campanha eleitoral.

domingo, 19 de setembro de 2010

Minhas Inspirações

Sem eu menos esperar
Chegam sem nunca avisar
Com diversas intenções,
Recebo-as com muito apreço
E com prazer obedeço
Às Minhas Inspirações.

E quando estão ao meu lado
Me falam sobre o passado,
Meus segredos e paixões,
Por mais que me martirizem,
Vou anotando o que dizem
As Minhas Inspirações.

São pra mim fundamentais,
São as peças principais
Das minhas composições,
De que forma eu poderia
Fazer esta poesia
Sem Minhas Inspirações?

Quando afastam-se de mim
Fico triste, pois assim
Perco minhas direções,
Sinto um desejo profundo
De não ficar um segundo
Sem Minhas Inspirações

Segui caminhos dispersos
Colhendo estes simples versos
E sobre temas diversos
Dei minhas opiniões,
Porém meu caro leitor
Queira lê-las, por favor,
Para ver se têm valor
As Minhas Inspirações!

Minhas Inspirações - Meu Primeiro Livro de Poesias

Minhas Inspirações

APRESENTAÇÃO

O Poeta Hélio Leite, com esta publicação, leva os seus leitores a fazerem uma bela excursão por este país chamado Nordeste.
A obra é sobretudo uma imersão no Sertão do Pajeú, onde tudo é próprio, particular, original. E é este mundo fascinante que o poeta, através desta obra, descortina e mostra por dentro.
Para início de conversa, os leitores descobrirão como é que se fala nordestinês, idioma de vocabulário próprio, de sonoridade ímpar, OXENTE! Também manterão contato com a poesia alegre e verdadeira que canta o amor sem ressalvas; que fala da saudade das raízes sertanejas sem constrangimento e dos costumes do seu povo sem nenhuma sombra de inferioridade.
Com este livro o autor monta um verdadeiro álbum de fotografias onde é possível manter contato com os vários e ricos elementos da cultura do Sertão do Nordeste através das cenas montadas pelo seu versejar genial.
Esta publicação é na verdade um belo documentário em que o autor registra o Nordeste e o Sertão sob vários aspectos: como o seu povo vive ou sobrevive; seus costumes; seus labores; suas alegrias; suas mágoas; suas crenças; mostra, sobretudo que na sua terra o amor (ainda) existe.
A tudo isso some-se a forma alegre de versejar que só os poetas do Nordeste sabem fazer. E sabem fazer porque são mestres em alquimia; e a dor, o pranto, são transfigurados e os sorrisos brotam em forma de versos, a alegria reina em forma de poema.
Pois é. Esta é a obra que tive o prazer de receber o presente de apresentar ao público que há muito esperava por ela. Esta que, se depender da inspiração e do engenho criativo do autor, em breve será apenas a primeira de uma grande série dos sucessos.

DIERSON RIBEIRO

Baixe o Livro em PDF

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Casa de Patativa do Assaré recebe Festa da Padroeira



(Diário do Nordeste - 7/9/2010 )

Representante maior do sertanejo, a casa do poeta serviu também para o lançamento do Grito dos Excluídos

Assaré. Na Serra de Santana, o espectro da seca ronda o ambiente como ave de rapina em busca de mais uma vítima. A caatinga se espalha no solo estorricado pelo sol. No alto da serra, a casa de taipa onde nasceu o poeta Patativa do Assaré, porta-voz do agricultor sofrido, sem terra, o guerreiro da tribo Cariri que denunciou o flagelo dos seus irmãos nordestinos.

Foi neste cenário que o padre Vileci Vidal abriu a Festa da Padroeira de Assaré, Nossa Senhora das Dores, e anunciou o "Grito dos Excluídos" que, este ano, defende um plebiscito popular pelo limite da propriedade da terra. O pedido será levado ao Congresso Nacional, em Brasília, para que seja votada uma emenda constitucional que determine um limite ao tamanho das propriedades.

A missa teve início com a leitura de um poema de Patativa sobre reforma agrária. Na plateia, cerca de 300 pessoas, a maioria agricultores, que mostram na face o sofrimento em consequência de sucessivas secas. No altar em frente à casa do poeta, hoje transformada em "Museu do Agricultor", o celebrante justificou a escolha da localidade para a celebração, afirmando que ali Patativa deu um seu "grito de protesto", que foi ouvido em todo o Brasil contras as injustiças sociais e, principalmente, contra a concentração de terras.

O padre Vileci destacou o papel de Patativa como defensor dos pobres. Mesmo vivendo numa comunidade rural atrasada, dominada por coronéis que monopolizavam a agricultura, refém do descaso dos governantes, ele nunca abateu seu ânimo: ao contrário, fortaleceu-o ainda mais, tornando-se crítico do modelo econômico, político e social importo ao povo pobre.

Outra virtude do poeta, de acordo com o celebrante, era o seu sentimento religioso, que vem sendo seguido pela família. Todos os filhos e netos de Patativa, que moram na Serra de Santana, estavam presentes. Inês, a filha mais velha, que transcrevia seus poemas, disse que ele nunca perdia a festa da padroeira. Comprou uma casa ao lado da matriz para assistir às novenas, lembrou Inês.

O ritual teve início às 6 horas, com uma cavalgada que saiu da Igreja Matriz de Assaré para a Serra de Santana. No percurso de 20 quilômetros, grupos de cavaleiros se juntaram ao cortejo puxado por um carro de som, tendo a frente o próprio vigário e o prefeito da cidade, Francisco Evanderto Almeida.

Preces

O jovem agricultor Marcos Rodrigues Arrais se deslocou do Sítio Mameluco para acompanhar o grupo. Ia assistir à missa para pedir a Deus um bom inverno em 2011. Ele acrescentou que, este ano, perdeu tudo com a falta de chuvas. "Não colhi, sequer, um saco de milho". A mesma lamentação é manifestada pelo agricultor Francisco de Assis Dias, residente no Sítio Junco. Dias mostra a roça de milho perdida.

No meio do caminho, alunos da Escola Municipal Antonio Ângelo da Silva encenam uma poesia de Patativa sobre reforma agrária. O secretário de Cultura do Município, Marcos Salmo, lembra a devoção de Patativa à Nossa Senhora das Dores e destaca sua poesia profética em defesa dos pobres. O cortejo segue a sua trajetória, cortando o sertão seco em direção à Serra de Santana, onde outro grupo de devotos de Nossa Senhora das Dores e admiradores de Patativa aguarda os cavaleiros.

Católico praticante, Patativa tinha uma visão moderna de Deus e da religião. Para ele, o sofrimento do nordestino não era um castigo de Deus, mas fruto da ausência de políticas públicas destinas ao homem do campo. No poema "Caboclo Roceiro", ele reafirma a sua convicção religiosa com estes versos: "Tu és nesta vida o fiel penitente/ Um pobre inocente no banco do réu/Caboclo não guarda contigo esta crença/A tua sentença não parte do céu/ Tu és nesta vida um fiel penitente/ Um pobre inocente no banco do réu/ Caboclo não guarda contigo esta crença/ A tua sentença não parte do céu".

Para o padre Vileci, estes versos refletem a alma do poeta, um sertanejo calejado na luta para traduzir o sentimento do seu povo. Com a mesma coragem com que cavava a terra na luta diária pela sobrevivência, fazia poemas que eram utilizados como arma santa contra os opressores.

Restavam-lhe as palavras que, juntas, tornavam-se a voz do homem do sertão do Ceará, sua terra natal. Homem sertanejo, cabeça chata, que se orgulhava de sua gente, sua voz ecoava pelos quatro cantos do Nordeste. É dentro desse contexto que Patativa foi incluído na programação da Festa de Nossa Senhora das Dores.

De acordo com o professor Plácido Cidade Nuvens, Patativa foi um dos maiores poetas clássicos do Nordeste. Compôs sonetos eruditos. No entanto, preferia a poesia matuta. São versos escritos na terra seca, com o cabo da enxada, tendo como tinta o suor de seu rosto, o que justifica também, segundo o vigário, a sua identificação com o Grito dos Excluídos, por ser um representante dos marginalizados, complementa.

Enquete
Devoção engajada

Padre Vileci Vidal
Vigário do município de Assaré
O foco central é chamar a atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira

Marcos Rodrigues Arrais
Agricultor
Vou para missa a fim de pedir à Nossa Senhora das Dores um bom inverno. Este ano, não colhi nem um saco de milho

Marcos Salmo
Secretário de Cultura de Assaré
A Cavalgada à casa de Patativa é um forma de homenagear o poeta que era devoto de Nossa Senhora das Dores

MAIS INFORMAÇÕES
Cáritas Diocesana do Crato
Rua Coronel Antonio Luiz, 1068
(88) 3521.8046
www.limitedaterra.org.br

GRITO DOS EXCLUÍDOS
Movimentos regionais devem apresentar suas demandas

Além das pautas locais, está sendo organizado um plebiscito para limitar propriedade de terra no Brasil

Assaré. A Campanha da Fraternidade deste ano propõe a participação num plebiscito popular, organizado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, que consultará a população sobre a necessidade ou não de se estabelecer um limite para a propriedade da terra no País. O Fórum pela Reforma Agrária apresenta como limite máximo 35 módulos fiscais, o que corresponde no Ceará a 90 hectares, além de cinco hectares o módulo mínimo.

"Vida em primeiro lugar. Onde estão nossos direitos?". A pergunta está sendo levada às ruas pelos participantes da 16ª edição do Grito dos Excluídos, promovido pela Igreja Católica, por meio das pastorais e junto com outras igrejas cristãs e movimentos populares. Tradicionalmente, o evento se realiza no feriado de 7 de setembro, data comemorativa da Independência do Brasil. Mas, este ano, várias dioceses do Ceará decidiram antecipar a manifestação popular. Em Assaré, por exemplo, o "Grito" foi dado na abertura da festa da padroeira. A votação que começou no dia 1º de setembro vai a até o dia 7.

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Direito à moradia digna, acesso à saúde e educação de qualidade são apenas algumas demandas que estarão em pauta durante as atividades do Grito dos Excluídos no Ceará.

Protagonismo

O foco central, segundo o padre Vileci Vidal, é chamar a atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças, justifica o vigário de Assaré.

O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal, como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que vem se agravando nas décadas seguintes. Nesse sentido, aqueles que são diretamente prejudicados e cerceados por esta situação econômica e social tornam-se protagonistas da denúncia dessas desigualdades.

Pauta regional

Além das reivindicações nacionais, os excluídos vão defender também assuntos regionais. De acordo com a coordenação do Grito, as manifestações serão realizadas de acordo com a realidade de cada município. Em Crato, por exemplo, os manifestantes incluíram na programação a construção da estrada que liga Crato a Santa Fé, um trecho que já foi asfaltado e agora se encontra danificado. O Estado diz que a responsabilidade é da prefeitura que, por sua vez, afirma que não tem condições de recuperar a rodovia.

Outra reivindicação dos excluídos é o pagamento do Garantia Safra no Município, que até o momento não foi feito. O coordenador local do Grito, Expedito Guedes, lembrou que durante a manifestação serão relacionadas outras reivindicações dos trabalhadores rurais e de moradores da periferia, que precisam de água, saneamento básico e assistência médica.

Afinal, o Grito dos Excluídos tem como objetivo unificar todos os gritos presos em milhões de gargantas, acordar os acomodados, ferir os ouvidos dos responsáveis pela exclusão e conclamar todos à organização e à luta, diz Expedito, advertindo que a manifestação é, sobretudo, o grito dos empobrecidos, dos indefesos, dos pequenos, dos sem vez e sem voz, dos enfraquecidos.

No Vale do Jaguaribe, o Grito dos Excluídos ocorrerá em Aracati, dando continuidade às lutas regionais pelos direitos humanos e sociais em virtude dos, segundo os moradores, graves problemas sócio-ambientais que afetam comunidades tradicionais neste município, como carcinicultura, produção de energia eólica, produção de eucalipto, exploração sexual de crianças e adolescentes e tráfico de drogas. Outros problemas socioambientais também estão na pauta do grito regional, como o caso dos atingidos pelos agrotóxicos na Chapada do Apodi, o impasse dos desapropriados pelos projetos de irrigação do Tabuleiro de Russas nos municípios de Limoeiro do Norte, Russas e Morada Nova, e a construção da barragem do Figueiredo, que atinge comunidades dos municípios de Iracema e Potiretama. A caminhada do Grito sai do bairro Pedregal até o largo da Igreja Matriz.

Antônio Vicelmo
Repórter

XV Feira da Rapadura - 22, 23 e 24 de Outubro de 2010 - Santa Cruz da Baixa Verde - PE


Depois de muitas especulações sobre a data e possíveis atrações da XV Feira da Rapadura, finalmente os coordenadores da festa disponibilizaram o período e programação do evento.
A Feira da Rapadura é um acontecimento que está no calendário festivo de Santa Cruz da Baixa Verde desde 1996 e que tem como objetivos divulgar a produção e comercialização de rapaduras fabricadas em nosso município. Tem o apoio das esferas governamentais, SEBRAE, Senhores de Engenho e empresários locais. Além da exposição de rapaduras e outros derivados da cana-de-açúcar, também faz parte das festividades apresentações culturais diversas e uma programação de shows que acontecem no pátio de eventos da cidade. Com a confirmação da festa para os dias 22, 23 e 24 de outubro e sua divulgação antecipada, acreditamos que fica mais fácil para os conterrâneos que estão distantes se programarem para vir participar do evento. Acompanhe, em primeira mão, a programação que nos foi fornecida pelos organizadores.

XV FEIRA DA RAPADURA
22 A 24 de outubro – 2010
Santa Cruz da Baixa Verde – PE

PROGRAMAÇÃO:

SEXTA FEIRA – 22/10/2010
06:00 H – ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
16:00 H – DESFILES DAS BANDAS MARCIAIS DO MUNICIPIO
16:00 H – SOLENIDADE DE ABERTURA DA FEIRA
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
21:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – BANDA LABAREDAS
02:00 H – CANTORES FÁBIO E NANDO

SÁBADO – 23/10/2010
06:00 H - ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
15:00 H – EXPOCULTURA (PÁTIO DE EVENTOS)
15:30 H – APRESENTAÇÃO DE BACAMARTEIROS
16:00 H – ABERTURA DA FEIRA NOS ESTANDES
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
22:00 H – CANTOR ALMIR (EX-FEVERS)
23:00 H – CAROL E BANDA FORROZÃO CAPIM
02:00 H – BANDA CAPITAL DO SOL

DOMINGO – 24/10/2010
06:00 H – ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
12:00 H – ABERTURA DA FEIRA NOS ESTANDES
15:00 H – PALESTRAS E OFICINAS CULTURAIS
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
22:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – BANDA É O TCHAN (SALVADOR – BAHIA)
02:00 H – BANDA SAIA RODADA

MAIS INFORMAÇÕES ENTRAR EM CONTATO COM A COORDENAÇÃO.
Contato: (87) 3846 8149 / 3846 8680
E-mal: pmscbv.gabinete@ig.com.br