terça-feira, 13 de março de 2012

FORRÓ DIFERENTE


Fizeram em Jatiúca
Um forró pra lá de bom.
Mas um cabra começou
A falar em alto tom.
Sem ninguém lhe dar motivo,
Ficou bastante agressivo,
Quebrou a caixa de som...

A festa estava animada,
Porém acabou nessa hora
O rapaz dono do som
Foi chegando sem demora
E como estava zangado
Pegou o cabra safado
Jogou pro lado de fora.

Ainda levou um soco
E também um empurrão,
Para aprender beber cana
E procurar confusão.
E como estava lá fora,
Sem a mínima demora,
Fugiu da situação.

Ele montou numa moto
Dizendo: - Sou muito macho...
Juntou-se com um colega
Para fazer esculacho.
E pra chamar atenção,
Caçaram mais confusão,
Rua a cima, rua a baixo.

A rua cheia de gente
E o sujeito em disparada.
Alguns rapazes estavam
Reunidos na calçada,
O bestalhão, sem receio,
Tentou passar pelo meio,
Levou logo uma mãozada.

Com esta forte pancada
A briga recomeçava:
Um batia, outro batia,
Um corria, outro pegava.
Só sei que daí pra frente
Esse “forró diferente”
Na rua continuava.

Foi um enorme barulho,
Porém sem muito aperreio,
Brigaram com pés e mãos,
Pois armado ninguém veio
E quem quisesse “dançar”,
Não precisava pagar,
Era só entrar no meio.

Era difícil sair
Daquele grande sufoco.
Eram uns 40 cabras
Dando pontapé e soco...
Houve sujeito atrevido
Que levou no pé do ouvido
Mãozada de ficar mouco.

A polícia que viera
Não estava mais presente.
Logo, eles aproveitaram
E “dançaram” livremente...
Mesmo se ainda estivesse,
Só se reforço viesse
Para acalmar tanta gente.

Sei que no dia seguinte
(Depois que tudo passou)
Nosso posto de saúde
Rapidamente lotou
Com os ditos elementos
Pra cuidar dos ferimentos
Que o “forró” propiciou.

Foi em 26 de maio
Do ano de 96,
Eu presenciei do início
Toda aquela estupidez;
Guardei na minha memória
E versejei esta história
Para mostrar a vocês!

Hélio Leite - Jatiúca, 25/06/00

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