segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Zé da Luz X Patativa do Assaré

AS TRÊS FULÔ DE PUXINANÃ

Três muié ou três irmã
Três cachorra da mulesta
Eu vi num dia de festa
num lugá Puxinanã.

A mais véia,a mais ribusta
Era mermo uma tentação
Mimosa flor do sertão
Que o povo lhe chama Augusta.

A segunda era Guilermina
Tinha o oiá que,ô mardição,
Matava quarqué cristão
O oiá dessa menina.

Os óios dela parecia
Duas estrelas tremendo
Se apagando e se acendendo
Em noite de ventania.

A tercêra era a Maroca
Um corpo munto má feito
Mais porém tinha nos peito
Dois cuscuz de mandioca.

Dois cuscuz que por capricho
Quando ela passou pru eu
Minhas venta se acendeu
Cum chêro vindo dos bicho.

Eu inté me atrapaiava
Sem sabê das três irmã
Que eu vi em Puxinanã
Qual era a que me agradava.

Iscuiendo a minha cruz
Pra sair desse imbaraço,
Desejei morrê nos braço
Da dona dos dois cuscuz.

ZÉ DA LUZ


TRÊS MOÇA
(Paródia de Fulô de Puxinanã de Zé da Luz)


Três moça,três atração,
Três anjo andando na terra,
Eu vi lá no pé da serra
Numa noite de São João.

A premêra era a Benvinda
E eu juro pro Jesus Cristo
Como eu nunca tinha visto
Uma coisinha tão linda.

Benvinda,o premêro anjo
Tinha a voz harmoniosa
Como as corda sonorosa
Do bandulim dos arcanjo.

A segunda,a Felisbela,
Era um mundo de beleza,
Não sei como a Natureza
Acertou pra fazê ela.

Os óio era dois primô
Com tanta quilaridade
Como quem sente sodade
De um bem que nunca vortô

A tercêra,a Conceição,
Era a mais nova das três
Parecia santa Inês
Quando sai na procissão.

Nunca houve sobre a terra
E não pode havê ainda
Quem diga qual a mais linda
Das moça do pé da Serra.

Se arguém mandasse jurgá
E a mais bonita iscuiê
Eu ficava sem sabê,
Pois todas três era iguá.

Quando oiei pras três menina
Oiei tornei a oiá,
Eu fiquei a maginá
Nas coisa santa e divina.

E o que ninguém desejô
Desejei naquela hora
Sê o grande Rei da Gulora
O Divino Criadô.

Mode agarrá as três donzelas,
Invorvê num santo véu
E levá viva pro céu
Pra ninguém mexê com elas.

PATATIVA DO ASSARÉ
Do livro “Ispinho e Fulô” pg 152

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